Por Matheus Teixeira – Zootecnista e Coordenador de Território do Paraná
O fígado desempenha uma função única na fisiologia da nutrição. A maior parte (90%) do fluxo sanguíneo que atinge o fígado provém diretamente do abdômen, drenando o sistema gastrointestinal e o baço. Portanto, a maior parte dos nutrientes absorvidos no intestino é encontrada no fígado antes de serem distribuídos para qualquer outro órgão ou tecido do organismo. Tendo em vista, a real importância do fígado, podemos citar algumas situações que comprometem o seu funcionamento como:
– Período de Transição de Vacas;
– Ingestão de Micotoxinas;
– Hepatite Bacteriana (Causada por bactérias como Escherichia coli e Clostridium spp.);
– Acidose Ruminal;
– Fasciola Hepática;
– Lipose Hepática (Quando há desequilíbrio no metabolismo de gorduras e carboidratos);
– Ingestão de Plantas Tóxicas;
O fígado de vacas lactantes apresenta elevada atividade metabólica em virtude da produção de leite. Certamente, a incapacidade de lidar com mudanças na oferta e demanda de nutrientes para suportar a lactação pode provocar problemas hepáticos, que implicam tanto no desempenho produtivo, como nos custos dos sistemas de produção. (Xu, T. et al, 2017).
Portanto, é apropriado adotar estratégias como a utilização de compostos homeopáticos que possam contribuir para a proteção da função hepática.
Podemos relacionar alguns princípios homeopáticos e suas funções como:
- Fortalecimento do sistema imunológico: A homeopatia pode estimular a resposta imune do animal, ajudando-o a combater o estresse e os danos causados por radicais livres.
- Regulação do metabolismo celular: Ao restabelecer o equilíbrio do organismo, a homeopatia auxilia na reparação de tecidos danificados e no fortalecimento das células, ajudando a proteger os órgãos de danos oxidativos.
- Restaurar a vitalidade: A homeopatia ajuda a reduzir a fadiga e a exaustão que muitas vezes acompanham o estresse oxidativo, melhorando a disposição e a saúde geral do animal.
- Apoio à função hepática e renal: O fígado e os rins desempenham papéis fundamentais na desintoxicação e eliminação dos radicais livres. A homeopatia pode ajudar a melhorar a função desses órgãos, o que é crucial no controle do estresse oxidativo.
- Estimulação da função desintoxicante: Carduus marianus é utilizado para ajudar o fígado a eliminar toxinas de maneira mais eficiente. O fígado é responsável pela filtragem e neutralização de substâncias tóxicas no corpo, e esse remédio homeopático é considerado eficaz na melhora dessa função, especialmente em situações de sobrecarga tóxica ou intoxicações alimentares.
- Ação hepatoprotetora e regenadora: Como o cardo-mariano é tradicionalmente conhecido por proteger as células hepáticas contra danos, Carduus marianus na homeopatia age de maneira similar, fortalecendo as células do fígado e ajudando a prevenir lesões hepáticas, seja por abuso alimentar, distúrbios biliares ou doenças como hepatite. Embora a homeopatia não atue diretamente da mesma forma que a medicina convencional, o uso de Chelidonium majus é visto como um estimulante das funções hepáticas regeneradoras. Pode ajudar o fígado a se recuperar de condições inflamatórias ou metabólicas A ação de regeneração celular e proteção contra danos pode ser benéfica em situações de estresse hepático causado por toxinas (Micotoxinas e Plantas tóxicas) ou processos infecciosos.
- Regulação da secreção biliar: O fígado também é responsável pela produção e liberação da bile, que auxilia na digestão das gorduras. Carduus marianus pode ajudar na regulação dessa secreção, especialmente quando há problemas de fluxo biliar ou distúrbios associados ao fígado, como a estase biliar.
- Equilíbrio das funções metabólicas: Além de atuar na desintoxicação e proteção, o remédio também pode influenciar o metabolismo hepático, facilitando a conversão de substâncias e o processamento de nutrientes essenciais, como proteínas e gorduras.
- Redução da inflamação e estresse oxidativo: Carduus marianus também pode atuar na redução da inflamação hepática e no combate ao estresse oxidativo, processos que podem ocorrer em doenças hepáticas crônicas e na ingestão de substâncias tóxicas.
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